Como treinador de corrida, acredito fielmente que uma correta planificação de treinamento deve constar de 3 condições bem específicas e diferentes afim de aprimorar o desempenho do atleta. Muitas vezes o corredor com a falta deste conhecimento pode-se ver estagnado em suas marcas , o que poderá acarretar eventual desmotivação em seus treinos.

A referência que faço abaixo, tem como embasamento o treinamento aplicado do Instituto de Corrida e Treinamento da Universidade de Furman, método denominado de FIRST e que relata a condição das 3 corridas de qualidade e diferenciadas necessárias para sua aplicação:

O consumo máximo de oxigênio (Max VO2) é uma medida da capacidade de um atleta para produzir energia aerobicamente. Pode-se dizer que o consumo máximo de oxigênio dá a um corredor a ideia do tamanho do motor que ele tem para trabalhar. Normalmente, um consumo Maximo de oxigênio indica que mais trabalho pode ser realizado durante um determinado período.

O limiar de lactato (LT) é uma medida da forma metabólica. O lactato é um produto colateral orgânico do metabolismo anaeróbico, e seu acumulo no sangue é usado para avaliar a intensidade de um corredor pode manter períodos extensos – geralmente 30 minutos ou mais. O limiar de lactato e os níveis máximos de lactato em estado constante são indicações do quanto os músculos estão treinados para fazer um trabalho de resistência. A maioria das pessoas, exceto os atletas bem treinados, é limitada pela forma metabólica e não pela forma cardiovascular.

Atletas de resistência altamente treinados tornam-se mais resistentes e só elevarão a quantidade de lactato após maior tempo de treino, o que significa que podem trabalhar com taxas extremas de frequência cardíaca, sem grave fadiga muscular. Um individuo destreinado pode atingir o LT acerca de 50% ou 60% de sua frequência cardíaca  máxima,  enquanto um corredor bem treinado não atingiria seu limiar de lactato antes de 80% ou 95% de sua frequência cardíaca máxima.

Economia de corrida é a quantidade de oxigênio consumidor em relação ao peso corporal do corredor e a velocidade em que o corredor se move. Movimentos corporais desnecessários resultam em aumento do consumo de oxigênio e, portanto, em decréscimo na economia de corrida. A economia de corrida pode ser expressa com uma velocidade atingida em determinada taxa de consumo de oxigênio, ou como VO2 necessário para manter uma dada velocidade de corrida. Correr em determinado ritmo submáximo e usar menos oxigênio indica que um corredor é mais econômico ou que melhorou sua economia de corrida. Esse determinante do desempenho da corrida em geral leva o maior tempo para mostrar melhoras mensuráveis.

Na maioria das vezes, treinas na intensidade adequada é reconhecidamente o fator mais importante para melhorar cada um dos três elementos. Por esse motivo, cada sessão de treino precisa ter a intensidade ou o ritmo de corrida adequados para estimular a adaptação fisiológica necessária, a fim de melhorar o determinante especifico do desempenho de corrida.

Concluindo o treinador aplicará o sistema dividido em condições de treinos por tempo, corridas longas e formas semelhantes à repetição de pista. Com ritmos adequados e atuais do corredor, a fim de obter a intensidade adequada de treino.

 

Escrito por

Rodrigo Gibba

Educador Físico, Treinador e Diretor Técnico da Assessoria HPS.

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